quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Perdi meu trem


Estação de IPUEIRAS - Ceará

Autoria de Dalinha Catunda

Às vezes me bate saudades
Das coisas do meu sertão.
Do tempo que já passou
Mas ficou na recordação.
O velho trem que passava
E eu sempre me encantava
Com sua movimentação.
*
Seu Gonçalo Ximenes,
Dos Ximenes Aragão.
Chegava uniformizado,
Era o chefe da estação.
Era agente ferroviário,
Que cuidava do horário,
E o meu avô do coração.
*
Ainda hoje está de pé,
A estação de Ipueiras.
Porém já não se encontra
As famosas cafezeiras.
Já partiram para o além
Mas ainda lembro bem,
É da Maria Capoeira.
*
Era no velho quiosque
Que hoje está diferente,
Que da chuva e do sol,
Abrigava muita gente.
E quando o trem surgia
O povo eufórico corria.
Numa alegria inocente.
*
Os trilhos ainda estão lá,
Cortando o meu sertão,
Dormentes espalhados,
Por toda aquela região.
Mas só passa o cargueiro,
Pois o trem de passageiro,
Hoje é mera recordação.
*
Minha saudade é tamanha,
Que não sei nem calcular.
E quando um trem apita,
Chego a me transportar.
Viajo lá pro meu sertão!
Revejo a minha estação!
Sem ver o meu trem passar...
*
Texto e imagem de: Dalinha Catunda
30 de abril, dia do Ferroviário

Um comentário:

  1. Olá Saulo,
    Obrigada por postar meu texto e a fotografia da estação da minha cidade, Ipueiras.
    Meu avô e alguns tios meus eram ferroviarios.
    Adorava ouvir as histórias da vida cigana que minha mãe levou até fixarem residência em Ipueiras onde meu avô se aposentou.
    Tenho paixão por trem e tudo que envolve este, hoje, tão desprestigiado meio de transporte.
    Um abraço,
    Dalinha Catunda

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